quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Entrevista à Prof de História, Luísa Barros


-Considera que a Moda é influenciadora ou influenciada?
Considero que seja ambas.
Influenciadora, uma vez que influencia as pessoas, por exemplo, através dos media com a publicidade, torna-se um pouco difícil resistir e somos obrigados a consumir o produto da moda e não o que por ventura queríamos.
Influenciada porque foram feitos estudos importantes e a evolução tecnológica permitiu que esta a moda se desenvolvesse. Como por exemplo as fibras que estão na base dos produtos. Há 100 anos atrás não tínhamos os tecidos que utilizamos hoje em dia, como e o caso da Lycra.


- Qual a sua época preferida em termos de estilo?
A moda sendo uma arte, é intemporal. Mas tenho preferência pela época clássica e a sua recuperação no séc XIX.

- Em que época começou a valorização da moda?
Sempre foi valorizada. Mas mais partir do momento que houve maior acessibilidade à moda.
Na época napoleónica a moda era só para as elites. Hoje como toda a gente tem acesso à moda, toda a gente a valoriza.


- A que classes sociais se destinava a moda nas diferentes épocas?
Como foi referida na questão anterior, a moda era só para as elites.

- Como explica o desaparecimento de alguns objectos, como por exemplo a sombrinha, o espartilho…?
A valorização do tom de pele explica a utilização destes acessórios. Como a pele mais clara era mais valorizada, normalmente as sombrinhas seriam mais utilizadas, hoje em dia valoriza-se mais o moreno, portanto não justifica a utilização deste acessório.


- Acha que a moda favoreceu a emancipação da mulher, nos anos 20 ou vice-versa?
Com os empregos que a mulher adquiriu, surgiram mudanças no dia-a-dia, portanto já não havia tempo para tratar de roupa maior e mais complexa o que fez com que se deixasse de usar espartilhos, saiotes…

- Como é que os homens e a sociedade em geral reagiram a estas acentuadas mudanças no vestuário feminino?
Foi uma reacção de surpresa, choque, mas também de rejeição.

- De que forma o Governo oprimia as mulheres, quanto à sua maneira de vestir?
Eram aplicadas pragmáticas contra o luxo e contra a riqueza. Mais tarde, não se podia usar calças na escola, havia regulamentação do vestuário nas praias…
A partir dos anos 70 esta prática começou a ser menos valorizada.


- Qual a sua concepção de Moda?
Hoje é uma indústria, um fenómeno económico com uma componente artística, mas não deixa de ser um fenómeno social muito interessante.


- Concorda com os estilos resultantes dos movimentos de comportamento, tais como o “Hippie”?
Estes tiveram impacto nas sociedades, mas também resultaram numa abertura excessiva. Não sou adepta do principio “sex, drugs and rock’n’roll”, mas não posso deixar de admitir que foi um dos grandes fenómenos culturais do séc. XX.

- Como vê a moda dos dias de hoje?
Hoje a moda tem demasiada importância cultural e transmite sentimentos de pertença. Trata-se também de um fenómeno económico.

- Acha que as pessoas deixaram de ter opinião própria e agora limitam-se a imitar-se umas às outras?
Isso deve-se à massificação.
Umas pessoas são mais criativas e têm mais gosto e adaptam a moda ao seu estilo, outras limitam-se a vestir...




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