domingo, 18 de janeiro de 2009

Moda em França - História




Este mini-documentário de William Klein reproduz a história concisa e acelerada da Moda. Estão presentes citações de Paul Poiret, Channel, Dior e Courrèges.
William Klein, fotógrafo, foi descoberto por Alexander Liebeman, director da Vogue.
Klein é um caso muito interessante, pois este é avesso ao mundo da moda. Em 2007 ao avaliar uma obra referiu: "A moda é tão ridícula, não tem limite o que as pessoas fazem para chocar ou para ficarem conhecidas (...)"
William Klein além de fotógrafo também é director de cinema e pintor.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Channel


O nosso trabalho trata da moda enquanto fenómeno histórico e social, portanto, não podemos deixar de recuar alguns anos e falar de dois grandes criadores de moda que se tornaram imortais devido às suas criações.

São eles Coco Channel e Christian Dior.

Comecemos então por falar, de forma sumária, da história de sucesso de Coco Channel.

Channel nasce no Sul de França, no seio de uma família bem modesta, a 19 de Agosto de 1883.

Durante a sua vida evitou sempre falar das suas origens, pois teve sempre uma certa vergonha do seu passado. Sabemos que o seu pai era vendedor de vinhos e a sua mãe doméstica.

Fica órfã ainda em pequenina, cresce no orfanato. Cedo manifesta o gosto pela moda, gostava de vestir e criar roupas para as suas bonecas. Este gosto iria permanecer e fazer desta menina, uma mulher respeitada no mundo da alta costura.

Aos 15 anos Coco Channel vai viver para Paris, capital da moda, assim conhecida esta cidade, e é nela que Channel tem a sua grande oportunidade.

A vida desta jovem não fora fácil, começou por ser vendedora numa mercearia, experimentou a sua sorte no teatro mas foi com Boy Champel, que iria dar os seus "primeiros passos" no mundo da alta-costura.

Boy Champel, adorava o seu trabalho, as suas criações e a sua maneira de pensar. Channel dava prioridade à sua funcionalidade, defendia que as mulheres podiam ser elegantes, mas sem precisar de amas para se vestirem.

Channel faz uma junção de estilos, inspirava-se muitas vezes em roupas masculinas e obtia um vestuário cómodo mas muito elegante.

Criadas as condições, Channel abre a sua primeira boutique em 1910.

A sua primeira colecção veio romper com os padrões "normais" da época, e tudo o que é revolucionário causa polémica.

Os vestidos longos e rendilhados, tipicamente românticos, foram substituídos, por simples vestidos pretos pouco nobres para a época.

As roupas de Channel passam a ser usadas pelas grandes actrizes de cinema, e consequentemente pelas mulheres da alta sociedade, tornando o seu nome num dos mais nobres e fazendo das suas "casas" das mais procuradas.

Na vida desta mulher tudo corria bem mas nem sempre foi "um mar de rosas".

Channel foi exilada na Suíça pelo comité de deportação e regressa 10 anos depois.

Durante o período em que estava fora, surge outro grande criador de seu nome Christian Dior.

A carreira deste estava em pleno auge. Channel não desiste, e bastou apenas um ano para recuperar o estatuto que havia perdido e fazer frente àquele que, ainda hoje, é um dos seus maiores concorrentes.

Coco Channel morre a 10 de Janeiro de 1971, com 87 anos e deixa-nos a imagem de uma mulher elegante, portadora de uma beleza simples, com o hábito de alfinetar as suas criações com um cigarro na boca.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Anos 20


A mulher do século XXI não sabe de todo agradecer e valorizar a liberdade que a exterioriza.


Foi nos anos 20 que a mulher conheceu outra maneira de viver


Passa de dona de casa a chefe de família, pois a Grande Guerra levou seus maridos e nesse instante as senhoras passam a trabalhar. Ocupam cargos industriais, em minas, na direcção de empresas, entre outros.


A mulher toma consciência das suas capacidades, apercebe-se que consegue fazer o que o homem faz, e que não tem de estar submetida a este, reivindica assim os seus direitos.

Desde entao aparecem então movimentos feministas e sufragistas.


Desse modo, tudo se altera, nomeadamente o vestuário que muda radicalmente.

Ficam para trás corpetes e espartilhos nada cómodos para quem agora tem de trabalhar diariamente.


Os cabelos longos, tipicamente românticos são substituídos pelos cabelos á garçonne, usam-se agora vestidos "vaporosos" e "fluidos".

Estes vestidos tinham intenção de mostrar uma cintura recta, por isso, não marcavam a anca nem os seios, pouco valorizados na altura.


Os vestidos eram usados com meia opaca para que não se visse a perna a "nu".


Relativamete aos acessórios a mulher não dispensava de um chapéu ou de uma boina.


A maquiagem era agora mais atrevida, lábio carmim pintado em forma de coração, sobrancelhas tiradas e delineadas a lápis.


Estes hábitos demonstravam claramente os novos comportamentos, uma década de prosperidade e liberdade, onde a vida era mais valorizada.


A era do jazz, assim conhecida a década de 20 pois apareceram novas distracções, novos entretenimentos, para que as pessoas, fatigadas após um longo dia de trabalho se pudessem distrair.

A mulher passa a frequentar salões de dança, cafés, teatros, obtêm outro estatuto na vida em sociedade






Entrevista à Prof de História, Luísa Barros


-Considera que a Moda é influenciadora ou influenciada?
Considero que seja ambas.
Influenciadora, uma vez que influencia as pessoas, por exemplo, através dos media com a publicidade, torna-se um pouco difícil resistir e somos obrigados a consumir o produto da moda e não o que por ventura queríamos.
Influenciada porque foram feitos estudos importantes e a evolução tecnológica permitiu que esta a moda se desenvolvesse. Como por exemplo as fibras que estão na base dos produtos. Há 100 anos atrás não tínhamos os tecidos que utilizamos hoje em dia, como e o caso da Lycra.


- Qual a sua época preferida em termos de estilo?
A moda sendo uma arte, é intemporal. Mas tenho preferência pela época clássica e a sua recuperação no séc XIX.

- Em que época começou a valorização da moda?
Sempre foi valorizada. Mas mais partir do momento que houve maior acessibilidade à moda.
Na época napoleónica a moda era só para as elites. Hoje como toda a gente tem acesso à moda, toda a gente a valoriza.


- A que classes sociais se destinava a moda nas diferentes épocas?
Como foi referida na questão anterior, a moda era só para as elites.

- Como explica o desaparecimento de alguns objectos, como por exemplo a sombrinha, o espartilho…?
A valorização do tom de pele explica a utilização destes acessórios. Como a pele mais clara era mais valorizada, normalmente as sombrinhas seriam mais utilizadas, hoje em dia valoriza-se mais o moreno, portanto não justifica a utilização deste acessório.


- Acha que a moda favoreceu a emancipação da mulher, nos anos 20 ou vice-versa?
Com os empregos que a mulher adquiriu, surgiram mudanças no dia-a-dia, portanto já não havia tempo para tratar de roupa maior e mais complexa o que fez com que se deixasse de usar espartilhos, saiotes…

- Como é que os homens e a sociedade em geral reagiram a estas acentuadas mudanças no vestuário feminino?
Foi uma reacção de surpresa, choque, mas também de rejeição.

- De que forma o Governo oprimia as mulheres, quanto à sua maneira de vestir?
Eram aplicadas pragmáticas contra o luxo e contra a riqueza. Mais tarde, não se podia usar calças na escola, havia regulamentação do vestuário nas praias…
A partir dos anos 70 esta prática começou a ser menos valorizada.


- Qual a sua concepção de Moda?
Hoje é uma indústria, um fenómeno económico com uma componente artística, mas não deixa de ser um fenómeno social muito interessante.


- Concorda com os estilos resultantes dos movimentos de comportamento, tais como o “Hippie”?
Estes tiveram impacto nas sociedades, mas também resultaram numa abertura excessiva. Não sou adepta do principio “sex, drugs and rock’n’roll”, mas não posso deixar de admitir que foi um dos grandes fenómenos culturais do séc. XX.

- Como vê a moda dos dias de hoje?
Hoje a moda tem demasiada importância cultural e transmite sentimentos de pertença. Trata-se também de um fenómeno económico.

- Acha que as pessoas deixaram de ter opinião própria e agora limitam-se a imitar-se umas às outras?
Isso deve-se à massificação.
Umas pessoas são mais criativas e têm mais gosto e adaptam a moda ao seu estilo, outras limitam-se a vestir...