quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Mary Quant - Minissaia


A inglesa Mary Quant foi a responsável pelo lançamento, em 1960, do diminuto pedaço de pano que mudou o guarda-roupa feminino. No início dos anos 60 o aparecimento da minisasaia um pouco por todo o lado veio a minar a moralidade dominante e a subverter todo o tradicionalismo conservador e reaccionário que Salazar e os seus comparsas do integralismo lusitano, com o Cardeal Cerejeira à frente, quiseram impor aos portugueses ao longo da sua ditadura que começou com o golpe militar a partir de 1926 e se consolidou com o regime do Estado Novo da Constituição Corporativa de 1933.
O modelo da mulher doméstica (e domesticada), dona de casa e submetida ao marido (definido como o cabeça de casal), começou a ser posto em causa e com ele a tríade da moral e da ideologia salazarista do «Deus, Pátria e Família».

A geração bay-boom do Pós-Guerra tinha atingido a adolescência e pretendia romper os arquétipos morais e ideológicos que moldaram as mentalidades e os costumes das épocas passadas. A música, o corpo e a indumentária serviram perfeitamente para esse objectivo. O rock (com o seu ritmo endiabrado), a dança lasciva que a acompanhava, e as roupas leves foram o sinal premonitório para as lutas emancipadoras pela liberdade de costumes e de ideias que se prologaram pelos anos seguintes.

Portugal, apesar da censura e dos apertados controlos da ditadura de Salazar, não foi excepção ao vento que soprava por maior liberdade. A boutique Bazaar se tornou o símbolo de vanguarda dos anos 60 e 70.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Anos 60 - A Época que Mudou o Mundo



A década de 60 representou, no início, a realização de projectos culturais e ideológicos alternativos lançados na década de 50. A segunda metade dos anos 50 já prenunciava os anos 60: a literatura beat de Jack Kerouac, o rock de garagem à margem das grandes estrelas do rock e os movimentos de cinema e de teatro de vanguarda.
Podemos dizer que a década de 60, seguramente, não foi uma, foram duas décadas. A primeira, de 1960 a 1965, marcada por um sabor de inocência e até de lirismo nas manifestações sócio-culturais, e no âmbito da política é evidente o idealismo e o entusiasmo no espírito de luta do povo. A segunda, de 1966 a 1968 (porque 1969 já apresenta o estado de espírito que definiria os anos 70), num tom mais ácido, revela as experiências com drogas, a perda da inocência, a revolução sexual e os protestos juvenis contra a ameaça de "endurecimento" dos governos.
Os anos 50 chegaram ao fim com uma geração de jovens, filhos do chamado "baby boom", que vivia no auge da prosperidade financeira, num clima de euforia consumista gerada nos anos do pós-guerra nos EUA.
A nova década que começava já prometia grandes mudanças no comportamento, iniciada com o sucesso do rock and roll e o rebolado frenético de Elvis Presley, seu maior símbolo.Imagem do jovem de blusão de couro, topete e jeans, em motos, mostrava uma rebeldia ingénua sintonizada com ídolos do cinema como James Dean e Marlon Brando. As raparigas bem comportadas já começavam a abandonar as saias rodadas de Dior e atacavam de calças cigarette, num prenúncio de liberdade.

Nesta época teve início uma grande revolução comportamental como o surgimento do feminismo e os movimentos civis em favor dos negros e homossexuais. O Papa João XXIII abre o Concílio Vaticano II e revoluciona a Igreja Católica. Surgem movimentos de comportamento como os hippies, com protestos contra à Guerra Fria, Guerra do Vietnam e o racionalismo. Esse movimento foi também a chamado de contracultura. Ocorre também a Revolução Cubana na América Latina, levando Fidel Castro ao poder. Tem início também a descolonização da África e do Caribe, com a gradual independência das antigas colónias.

Anos 50 - A época da Feminilidade


Com o fim dos anos da guerra e do racionamento de tecidos, a mulher dos anos 50 tornou-se mais feminina e glamurosa, de acordo com a moda lançada por Christian Dior, em 1947 – “New Look”. A silhueta desta década veio mudar completamente o vestuário feminino sendo ela caracterizada pela cintura bem marcada, os vestidos eram amplos e até aos tornozelos e os sapatos eram de saltos altos, além das luvas e outros acessórios luxuosos como peles e jóias. A moda nesta altura seguia o caminho da simplicidade e da praticidade, sendo a guerra uma principal influenciadora para a mulher ansiar pela volta da feminilidade, do luxo e da sofisticação, sendo o “New Look” uma forma de aceitação por parte das mulheres. Com o fim da escassez dos cosméticos do pós-guerra, a beleza se tornaria um tema de grande importância. Era tempo de cuidar da aparência! A maquilhagem estava na moda e valorizava o olhar, o que levou a uma infinidade de produtos para os olhos (rímel, lápis para os olhos e sobrancelhas, sombras e delineador). As tintas para os cabelos também passaram a fazer parte da vida de dois milhões de mulheres; os penteados podiam ser rabos-de-cavalo, os cabelos ficaram mais curtos, com mechas caindo no rosto e as franjas davam um ar de menina. Dois estilos de beleza feminina marcaram os anos 50: o das ingénuas chiques encarnado por Grace Kelly (artista de cinema), que se caracterizavam pela naturalidade e jovialidade; e o estilo sensual e fatal, como o das actrizes Rita Hayworth. Contudo, os dois grandes símbolos de beleza dos anos 50 foram Marilyn Monroe e Brigitte Bardot que eram uma mistura de dois estilos: a combinação da ingenuidade e sensualidade. Nomes importantes da criação de moda são Cristobal Belenciaga, Hubert de Givenchy, Pierre Balmain, Chanel, Madame Grés, Nina Riccie e o próprio Christian Dior. A partir de 1950, uma difusão da alta-costura parisiense tornou possível a criação de um grupo chamado “Costureiros Associados”. Assim, mais tarde, a grife “Jean Dessès-Diffusion” começou a fabricar tecidos em série para determinadas lojas da França e da África do Norte. Nessa época, pela primeira vez, as pessoas comuns puderam aceder às criações da moda sintonizada com as tendências do momento. Uma preocupação dos estilos era a diversificação dos produtos, através do sistema de licenças, que estava revolucionando a estratégia económica das marcas. Assim, alguns se tornaram símbolos do que havia de mais chique, como o perfume de Chanel Nº5 e o batom Coronation Pink, lançado por Helena Rubinstein. Dentro de um grande número de perfumes lançados nos anos 50, muitos constituem ainda hoje os principais produtos em que se apoiam algumas maisons, cuja sobrevivência muitas vezes é assegurada põe eles.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Biografia de Christian Dior


Christian Dior (Granville, 21 de Janeiro de 190524 de Outubro de 1957) foi um influente estilista francês.
Filho de um comerciante de fertilizantes da região do
Canal da Mancha, Dior queria seguir a carreira artística como artista plástico. Foi mandado para Paris, para estudar Relações Internacionais, uma vez que seu pai queria que o jovem Christian seguisse a carreira diplomática e que pudesse administrar os negócios da família.
No caldeirão de culturas representado por Paris, o jovem não se adaptou à profissão escolhida pelo pai, e logo se viu cada vez mais dentro do ramo das
artes. Começou a frequentar ateliês de pintura e de desenho, chegando mesmo a pintar alguns quadros. Mas foi a sua habilidade para desenhar roupas que lhe conferiu destaque e fama.
Posteriormente, o seu círculo de amigos se expandiu e conheceu um importante empresário da
indústria têxtil, que lhe garantiu patrocínio para a produção de algumas peças. O resultado foi bem sucedido: os seus traços e a visão que tinha do corpo feminino causaram fascínio e delírio e, em 1947 inaugurou a Mansão Dior de Alta-costura que, impulsionada pelo seu New Look, impôs uma verdadeira revolução na arte de vestir.
O New Look foi um conceito revolucionário uma vez que resgatava a
feminilidade da mulher, aclama a grandiosidade da vida e da existência humana e devolvia vida às pessoas: tudo que o mundo pós-guerra necessitava. Além de causar fascínio pela sua elegância e luxo, o conceito do New Look vinha carregado de extravagância e exagero: vestidos tradicionalmente feitos com 5 metros de tecido, agora usavam até 40 metros. Isso também ajudou a repercussão do conceito permitindo encerrar a mentalidade do racionamento no pós-guerra.
Ao longo de sua carreira fez a própria tradução física dos
sonhos e da fantasia humana através de seus vestidos. Actualmente nas mãos de John Galliano, a Mansão Dior permanece como ícone da alta-costura mundial, fazendo jus aos ideais de seu criador.

Bikini



Logo após a 2a. Guerra, Louis Reard, um engenheiro mecânico francês, que herdara da mãe a administração de uma indústria de lingerie, desenhou o primeiro traje de banho de duas peças sumárias.
Fez seu lançamento num desfile que causou furor, a 5 de julho de 1946. Difícil foi convencer alguém a desfilar com aquele "escândalo", até que o criador, conseguiu convencer uma bailarina exótica, Micheline Bernardi, a apresentar o bikini ao mundo. O traje (e a jovem Micheline) obtiveram um sucesso estrondoso e imediato. O efeito do bikini foi devastador nas praias de todo o planeta.
Segundo consta, até poucos dias antes do desfile, o criador não tinha ainda escolhido um nome para sua criação.
Reard procurava algo que fosse exótico, sensacional, provocador, bem ao jeito do novo traje. A "ajuda" veio dos EUA, que, quatro dias antes do desfile, detonaram uma bomba atómica no atol de Bikini.
Este viria a espantar o mundo com seu efeito devastador. Ganhou um nome que o ligava aos ensolarados mares do Sul e à incontrolável força dos artefactos nucleares.

Evolução do Bikini

Anos 50
Estilo duas-peças, de tamanho grande e as cavas da cueca são bem baixas. Foi considerado ousado, mas hoje é tido como um tamanho grande.

Anos 60
Ousado por deixar o umbigo bem à mostra, com cava maior que a dos 50.

Anos 70
Tipo de bikini de cintura baixa, também bastante comum nos dias de hoje devido à retoma da moda. Em geral com cueca lisa e soutien estampado. Era ousado porque o ideal seria ter o conjunto. A tanga foi uma atitude tipicamente carioca.

Anos 80
Lycra brilho, o soutien retorcido e sem nenhuma estrutura no bojo, com cores fortes, como verde-limão e rosa-choque. O fio-dental e o asa-delta foram uma febre, assim como o sunquíni.

Anos 90
A parte de baixo era uma espécie de sunguinha ou calção e a camuflagem foi um padrão típico da década.

Anos 2000
Há uma mistura de diversas modas antigas, principalmente dos anos 70 e 90 tornando-se menos comum o modelo asa-delta. Novos modelos bastante diferentes como um que de frente aparenta maiô, mas de costas apresenta-se como um biquíni, são criados e apresentados em desfiles de modas, virando febres em cada momento.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

A Moda e a Guerra-Anos 40


Em 1940, a Segunda Guerra Mundial já havia começado na Europa. A cidade de Paris ocupada pelos alemães em Junho do mesmo ano, já não contava com todos os grandes nomes da alta-costura e suas maisons.
Muitos estilistas se mudaram, fecharam suas casas ou até mesmo as levaram para outros países.
A Alemanha ainda tentou destruir a indústria francesa de costura, levando as maisons parisienses para Berlim e Viena, mas não teve êxito. O estilista francês Lucien Lelong, então presidente da câmara sindical, teve um papel importante nesse período ao preparar um relatório defendendo a permanência das maisons no país. Durante a guerra, 92 ateliês continuaram abertos em Paris.
Apesar das regras de racionamento, impostas pelo governo, que também limitava a quantidade de tecidos que se podia comprar e utilizar na fabricação das roupas, a moda sobreviveu à guerra.
A silhueta do final dos anos 30, em estilo militar, perdurou até o final dos conflitos. A mulher francesa era magra e suas roupas e sapatos ficaram mais pesados e sérios.
A escassez de tecidos fez com que a mulher tivesse que reformar suas roupas e utilizar materiais alternativos na época, como a viscose, o raiom e as fibras sintéticas mesmo depois da guerra, essas habilidades continuaram sendo muito importantes para a consumidora média que queria estar na moda, mas não tinha recursos para isso.
Nos anos 40, os cabelos das raparigas mostrava mais variedades do que o dos rapazes: desde curto, quase à menino, até comprido, apanhado em tranças. Os laçarotes no cabelo eram frequentes. Logo que podia, a rapariga procurava imitar os adultos, penteando-se como as mulheres da época, encaracolando o cabelo com papelotes e permanentes ou laboriosamente confeccionados as elevadas popas à frente e os rolos de trás, muito em uso na década de 40.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Anos 30




Vários acontecimentos estiveram na origem das alterações registadas na moda dos anos 30.
Os “anos loucos” haviam terminado, pois a crise de 1929 originada pela queda da bolsa de valores de nova York, rapidamente se estendeu ao mundo.
Veio assolar os comportamentos, maneiras de pensar, sentir e agir de toda a sociedade.
De maneira que, a moda, não foi excepção.
As famílias endinheiradas, as que mais investiam na sua aparência entraram em falência, as damas não tinham dinheiro para se continuar a vestir como dantes.
Muitos hábitos eram agora alterados.
A alteração mais notável relativamente á moda dos anos 30 foi a mudança dos tecidos utilizados.
Estes eram agora mais baratos e de menos qualidade.
As vestimentas mudavam de forma
As saias ficam mais longas, os vestidos justos e rectos utilizados com uma capa, um lenço ou um bolero.
Tinham ainda grandes decotes nas costas que chegavam até á cintura.
A feminilidade voltara, o corpo da mulher voltou a ser valorizado de maneira natural.
Os cabelos crescem, a moda dos caracóis românticos regressa.
Os acessórios utilizados eram simples, os chapéus eram pequenos e em nada têm a ver com os utilizados no princípio da década de 20.
Nos anos 30 a vida ao ar livre passa a ser apreciada
Surge o interesse pela praia, pelos “banhos de sol” e a mulher passa a ter menos cuidado cem manter a sua pele branca.
O cinema passa a ter igual importância na vida das pessoas
Estas tinham um grande apreço por este e eram muito influenciadas.
Greta Garbo, Marlene Dietrich foram algumas das mulher referencia para a sociedade.
A 2ª Guerra Mundial influenciou também a maneira de vestir.
O fim desta década foi marcado pelo gosto do estilo militar.
As roupas obedeciam a um corte masculino já antes utilizado por Chanel que continuava a ter muito sucesso.